Os objetivos de uma empresa são essenciais para direcionar suas ações, definir prioridades e guiar o crescimento sustentável. Eles funcionam como um mapa que alinha as operações diárias com as metas estratégicas de longo prazo, garantindo que todos na organização caminhem na mesma direção.
Neste artigo, vamos abordar o que são esses objetivos, sua importância, tipos existentes e como defini-los de maneira eficiente.
Também exploraremos exemplos práticos e discutiremos os desafios comuns na definição de objetivos, além de estratégias para superá-los e adaptar os objetivos em tempos de crise. Continue lendo e saiba mais!
O que são os objetivos de uma empresa?
Os objetivos de uma empresa representam os resultados que ela deseja alcançar para realizar a sua estratégia. De fato, eles devem estar alinhados ao futuro desejado para a empresa.
Aqui, é importante relembrar a diferença entre meta e objetivo. O objetivo é descritivo e qualitativo, definindo a direção-geral a ser alcançada, enquanto a meta (ou alvo) é mensurável e quantitativa, indicando como avaliar o progresso rumo ao objetivo.
Embora os objetivos sejam comumente definidos no momento do planejamento estratégico, muitas empresas têm redefinido seus objetivos com maior frequência, diante da alta volatilidade e incerteza do mundo atual. Os objetivos podem ser estratégicos ou táticos/operacionais como veremos adiante.
Qual a importância de definir os objetivos de uma empresa?
Definir os objetivos de um negócio é fundamental para direcionar seus esforços e garantir crescimento sustentável. As principais vantagens incluem:
clareza sobre o caminho que se quer seguir;
alinhamento da equipe em torno das metas;
melhora na tomada de decisão estratégica;
facilitação do monitoramento de desempenho;
maior foco no que realmente importa;
identificação de oportunidades de melhoria;
capacidade de ajustar as estratégias em tempos de crise.
Esses pontos garantem que a empresa esteja preparada para enfrentar desafios e se manter competitiva.
Quais são os tipos de objetivos de uma empresa?
Dependendo do tamanho da organização, é possível enxergar alguns níveis diferentes de objetivos, como os estratégicos, táticos e operacionais, financeiros, de crescimento e de sustentabilidade.
Objetivos estratégicos
Os objetivos estratégicos representam as escolhas da empresa na totalidade (visão global do negócio).
Alguns exemplos de objetivos estratégicos:
encantar nossos clientes como nunca na nossa história;
ter a operação mais enxuta no nosso setor.
Objetivos táticos e operacionais
Os termos “tático” e “operacional” tendem a gerar mais confusão do que clareza. Separar objetivos nesses níveis pode criar uma hierarquia desnecessária e prejudicial à agilidade da empresa.
Inspirando-se no conceito de OKR, é preferível simplificar o vocabulário e reduzir os jargões corporativos tradicionais. Com os objetivos estratégicos claros, os times podem definir metas para produtos, serviços ou unidades de negócio.
Dessa forma, os objetivos são criados para garantir o alcance dos objetivos estratégicos, promovendo um alinhamento mais ágil e eficiente.
Objetivos financeiros
Os objetivos financeiros focam exclusivamente no desempenho econômico da empresa, como aumentar o lucro, reduzir custos ou melhorar o fluxo de caixa.
Objetivos de crescimento
Já os objetivos de crescimento visam expandir a empresa, seja pelo aumento da base de clientes, seja pelo desenvolvimento de novos produtos ou expansão para novos mercados.
Objetivos de sustentabilidade
Os objetivos de sustentabilidade são focados em práticas que promovam a responsabilidade ambiental, como reduzir a emissão de carbono, utilizar recursos renováveis ou adotar práticas sustentáveis.
Como definir os objetivos de uma empresa?
Agora que você já entende a importância de definir o objetivo da empresa, vamos ver algumas dicas de como fazer isso.
Concentre-se no que é essencial para a empresa
Considere as diretrizes estratégicas da empresa, além da sua missão, visão, valores e os fatores críticos de sucesso.
Concentre-se naquilo que vocês desejam melhorar no negócio e nos principais problemas que enfrentam atualmente. Exemplos:
- os custos fixos estão aumentando?
- A receita está caindo?
- A margem de lucro está reduzindo?
- A qualidade dos serviços e do atendimento está piorando?
- A empresa está perdendo market share?
Definitivamente, bons objetivos nascem de bons diálogos, principalmente entre gestores pares!
Nessas conversas, o grupo pode dialogar sobre a situação atual da empresa, como imaginam ela (e desejam) no futuro próximo, quais resultados almejam ou quais diferenciais a empresa tem (ou quer ter) em relação ao mercado.
Utilize uma linguagem simples e clara
Bons objetivos descrevem problemas ou oportunidades de maneira concisa, clara e engajadora. Porém, muitas empresas definem objetivos complicados e vagos, gerando mais dúvida do que direcionamento para as equipes.
Exemplo: “Precisamos melhorar a eficiência e eficácia dos nossos processos”.
De fato, esse objetivo acima não diz a que veio. O que é eficiência e eficácia nesse contexto? De quais processos estamos falando? Lembre-se: bons objetivos descrevem um problema a ser resolvido ou algo a ser melhorado.
Utilize frases curtas
No livro Measure What Matters, o autor traz o exemplo abaixo de objetivo da ONE (uma ONG que utiliza OKR e é liderada pelo cantor Bono Vox):
“Proactively integrate a broad range of African perspectives into ONE’s work, align more closely with African priorities, and share and leverage ONE’s political capital to achieve specific policy changes in and toward Africa.”
Será que os colaboradores da empresa se lembrarão desse objetivo? De fato, ele é muito grande. Quanto mais longa a frase que descreve o objetivo, menos ele será lembrado pelos times.
Defina indicadores de desempenho
Uma das características mais interessantes da ferramenta OKR é a combinação entre um objetivo (que é qualitativo) e os resultados-chave (que são quantitativos).
Assim, um objetivo deve ter de 2 a 5 Key Results que definirão como você medirá que está indo rumo ao objetivo. Os Key Results contém indicadores que ajudarão nessa mensuração.
Cuidado ao definir metas SMART para os objetivos
Uma das ferramentas mais conhecidas no mundo de gestão estratégica de metas é a SMART.
Cada letra do acrônimo SMART traz uma característica que, segundo seu criador George Doran, deve existir em uma meta:
- S — Specific: descrita de forma específica o resultado desejado;
- M — Measurable: ser mensurável de alguma forma;
- A — Assignable: deixar claro quem será o responsável pelo seu atingimento;
- R — Realistic: representar algo que seja realisticamente atingível;
- T — Time-related: estabelecer quando o resultado será atingido.
Certamente ela ajuda a melhorar a escrita dos Key Results, assim como um corretor ortográfico ajuda a melhorar nossa escrita. Porém, tome cuidado. Uma meta SMART não necessariamente traz o nível de ambição desejado.
Além disso, uma meta pode facilmente ser SMART e não fazer sentido para o negócio. Nessa linha, a frase a seguir, de Dick Grote, faz muito sentido: “A goal can easily be SMART without being wise.”
Ou seja, fazendo um trocadilho com a sigla SMART (que também é uma palavra inglesa que significa “inteligente” ou “esperto”), uma meta pode facilmente ser inteligente ("smart") sem ser sábia.
Mensurar na cadência certa
Definir uma cadência de acompanhamento é fundamental. Afinal, diferentes objetivos terão diferentes tempos para serem atingidos. Essa cadência pode ser anual, semestral ou trimestral, dependendo do objetivo.
Identificar prioridades
Existe uma expressão bem comum entre gestores que diz que “o que é medido é feito”. Porém, muita calma nessa hora! Certa vez visitamos uma empresa que tinha orgulho do seu sistema de mensuração. O problema é que eles tinham 87 métricas para cada unidade de negócio, cada uma com uma meta a ser atingida.
Conclusão: ninguém tinha certeza de quais usar e havia alguns argumentos confusos sobre quantas métricas cada pessoa ou função deveria ter em cada uma das quatro categorias principais.
Portanto, tenha foco! Esse é um dos superpoderes de OKR.
Análise do cenário atual
Para definir objetivos eficazes, é essencial compreender o cenário atual da empresa. Isso envolve avaliar o desempenho recente, identificar desafios e oportunidades, e entender as tendências do mercado. Um diagnóstico bem-feito da situação presente facilita a criação de metas mais alinhadas às necessidades da organização, tornando o planejamento mais assertivo.
Análise SWOT
A análise SWOT (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças) é uma ferramenta poderosa na definição de objetivos. Ela permite identificar pontos fortes internos a serem explorados, fraquezas a serem corrigidas, oportunidades no mercado e ameaças que podem impactar os resultados.
Diagnóstico
Realizar um diagnóstico é um passo essencial para garantir que os processos internos da empresa estejam alinhados com os objetivos estratégicos. O diagnóstico (ou auditoria para algumas organizações) avalia as operações, finanças e conformidade regulatória, identificando áreas que precisam de ajustes e garantindo que os recursos sejam utilizados de maneira eficiente para atingir as metas estabelecidas.
Benchmarking
O benchmarking consiste em comparar o desempenho da empresa com o de concorrentes ou líderes do mercado. Esse processo ajuda a identificar boas práticas e áreas de melhoria, fornecendo insights valiosos sobre como ajustar as estratégias para alcançar os objetivos, com base em tendências e ações bem-sucedidas no setor.
Monitoramento
Monitorar os resultados é crucial para garantir que os objetivos estejam sendo atingidos. Esse acompanhamento regular permite ajustes de rota quando necessário e facilita a identificação de problemas. Ferramentas como dashboards de performance e reuniões de check-in frequentes são essenciais para manter a equipe focada nos resultados.
Como identificar objetivos corporativos prioritários?
Identificar objetivos corporativos prioritários é um processo estratégico que demanda uma análise profunda das metas e dos recursos disponíveis. O primeiro passo é avaliar as metas estratégicas da empresa, como crescimento, inovação e sustentabilidade.
Esse processo deve estar ancorado em uma análise SWOT, que mapeia as forças e fraquezas internas, bem como as oportunidades e ameaças externas.
Além disso, o alinhamento com os KPIs é fundamental. Objetivos prioritários devem refletir os principais indicadores de desempenho da empresa, garantindo que o foco esteja nas áreas de maior impacto para o crescimento.
Isso envolve, ainda, uma revisão cuidadosa dos recursos disponíveis — financeiros, humanos e tecnológicos — para assegurar que os objetivos estabelecidos sejam realistas e desafiadores ao mesmo tempo e viáveis no contexto atual.
Outro ponto essencial é o engajamento das partes interessadas. Reuniões com gestores e equipes estratégicas ajudam a calibrar as expectativas e alinhar as metas entre todos os departamentos.
Por fim, o processo deve ser cíclico, com uma revisão contínua dos objetivos para se ajustar a mudanças de mercado ou nas condições internas. Esse acompanhamento garante que a empresa mantenha foco nas prioridades certas, mesmo em tempos de crise ou crescimento acelerado.
Por que a flexibilidade é importante na definição de objetivos?
Na definição de objetivos, é crucial contar com flexibilidade para garantir a adaptabilidade em um cenário empresarial volátil. Em tempos de crise, como períodos de recessão econômica, mudanças repentinas no comportamento do consumidor ou até crises internas, a habilidade de ajustar rapidamente os objetivos se torna um diferencial competitivo.
Manter objetivos rígidos, sem considerar o novo contexto, pode resultar em falhas na execução e na perda de oportunidades que surgem durante a crise. Para lidar com situações imprevisíveis, é importante que os líderes estejam preparados para reavaliar prioridades, alocar recursos eficientemente e readequar metas.
A flexibilidade, nesse contexto, permite que a empresa mantenha a relevância e a resiliência. O ajuste de objetivos envolve, por exemplo, revisar as metas de crescimento, adaptar prazos e redefinir escopos de projetos. Além disso, a flexibilidade facilita a criação de novos KPIs que meçam o desempenho em um ambiente desafiador.
Afinal, como OKR poderá estar alinhado aos objetivos de uma empresa?
Definir os objetivos empresariais é algo fundamental, pois eles darão o direcionamento e motivação necessária para concentrar nossas energias no que é mais importante. O propósito da empresa e sua estratégia devem sempre guiar a definição dos objetivos.
OKR (Objectives and Key Results) é uma ferramenta poderosa para transformar o propósito e a estratégia da empresa em objetivos e benefícios claros e mensuráveis.
Exemplos práticos de objetivos de uma empresa
Em suma, procure sempre tornar seus objetivos claros e fáceis de serem compreendidos pelos times. Além disso, escreva seus objetivos de forma que eles realmente representem um problema a ser resolvido ou uma oportunidade a ser explorada. Veja alguns exemplos reais:
- alavancar vendas na região Nordeste;
- aumentar a nossa retenção de clientes;
- tornar-se líder entre os competidores do nosso setor;
- acabar com a dor de cabeça no armazém.
Observe o último exemplo acima. Ele traz uma linguagem mais informal. Sim, você pode fazer isso, mesmo se a sua empresa tem uma cultura mais formal. Dentro do que couber, traga uma linguagem mais leve e memorizável para seus objetivos.
Quais são os desafios comuns na definição de objetivos?
A definição de objetivos para uma empresa é fundamental, mas pode ser um processo desafiador. Vários fatores podem interferir na criação de metas claras e eficazes. Com a complexidade do cenário corporativo, os líderes enfrentam dificuldades que podem comprometer o alinhamento estratégico.
A seguir, vamos explorar os principais desafios e como superá-los.
Falta de clareza na formulação
Definir objetivos vagos ou amplos pode confundir as equipes e dificultar o acompanhamento de resultados. Para superar isso, utilize a metodologia SMART, garantindo que os objetivos sejam específicos, mensuráveis, atingíveis, relevantes e com prazo definido.
Alinhamento entre departamentos
Um desafio comum é garantir que todos os departamentos estejam trabalhando com metas que se complementem. Para resolver isso, os líderes devem promover reuniões interdepartamentais, onde a comunicação sobre os objetivos estratégicos da empresa seja clara e cada área entenda como sua função impacta o todo.
Priorização incorreta
Muitas empresas acabam focando em objetivos que não são prioritários para o momento. Por isso, é importante realizar uma análise detalhada do cenário atual, considerando fatores internos e externos, e utilizar ferramentas como a análise SWOT para guiar as decisões.
Resistência à mudança
Outro desafio é a resistência de colaboradores em aceitar novos objetivos, especialmente em tempos de crise ou reestruturação. A liderança deve comunicar de forma transparente as razões por trás das mudanças e como essas novas metas podem beneficiar tanto a empresa quanto os colaboradores.
A definição de objetivos claros e realistas, com uma abordagem colaborativa e flexível, é a chave para uma implementação bem-sucedida e para o alinhamento estratégico em todos os níveis da empresa.
Objetivos bem definidos levam sua empresa adiante
Certamente a definição de objetivos claros para o negócio e para os produtos e serviços é um dos maiores fatores para o alto desempenho de uma empresa. O alinhamento e a clareza gerada por objetivos bem definidos ajudam os líderes e times a direcionarem seus esforços naquilo que é mais importante para o negócio e para os clientes.
Por fim, OKR tem sido um grande aliado de empresas que vivem em um mercado cada vez mais complexo. Por meio de OKRs bem definidos, a empresa consegue gerar mais alinhamento entre times, mais conexão com a estratégia da empresa e mais agilidade para se adaptar a mudanças diante de um mercado tão volátil e incerto.
Quer entender como a gestão por objetivos pode transformar os resultados da sua empresa? Confira nosso post completo sobre o tema!
