Diversas pesquisas mostram o impacto positivo da liderança feminina, comprovando que as mulheres em posições de liderança têm impacto positivo na melhoria e crescimento dos negócios, além de moldarem uma cultura organizacional mais integrada, produtiva e humana.

As mulheres ainda enfrentam muitas dificuldades para chegar a posições de liderança no mercado de trabalho. Neste artigo, falaremos sobre as conquistas, os desafios da liderança feminina, assim como a importância de ter mulheres em cargos de gestão e liderança.

Aproveite a leitura!

Como surgiu a liderança feminina

Pensando no contexto histórico, os primeiros registros de avanço da participação feminina no mercado de trabalho formal aconteceram entre os séculos 18 e 19, durante a Revolução Industrial.

Neste momento, as condições de trabalho ainda eram muito precárias e, mesmo depois de alguns anos, a atuação das mulheres ainda ficava restrita a cargos auxiliares e inferiores aos dos homens. 

O cenário anterior a esse tinha o homem como único provedor de sua família, por isso apenas eles recebiam educação formal, além de serem os responsáveis por atividades voltadas à força e ocupar posições de maior poder na sociedade. 

Hoje, ver mulheres como líderes em grandes empresas é uma grande conquista da luta feminista, que vem buscando a equidade entre os gêneros ao longo de todos esses anos. 

Apesar das conquistas, a consolidação de mulheres como líderes ainda está em processo.

Para se ter uma ideia, a pesquisa “Women in the Workplace 2021”, da consultoria McKinsey, mostrou que apenas 24% das posições de liderança, como a de CEO, por exemplo, são preenchidas por mulheres.

Desta porcentagem, o número de mulheres negras que alcançam esses cargos de liderança é ainda menor: apenas 4%. 

Cenário brasileiro das mulheres no comando

O cenário brasileiro na atualidade não é diferente: apesar de alguns avanços ao longo dos anos, a desigualdade de gênero ainda é notável no mercado de trabalho. 

Segundo a pesquisa “Women in Business 2022”, as mulheres ocupam 38% dos cargos de liderança em empresas de médio porte, 1% a menos do que o registrado em 2021.

Confira outros dados relevantes apresentados pelo estudo da Grant Thornton:

  • as mulheres estão em 47% dos cargos de liderança financeira;
  • 34% das empresas afirmaram monitorar a promoção de mulheres; 
  • 60% das companhias confirmaram medir a igualdade salarial de gênero;
  • 38% afirmaram monitorar o percentual de novas contratações femininas.

A diferença salarial entre homens e mulheres também registra índices altos, como mostra o levantamento da consultoria IDados, com base no PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio). 

O estudo, feito para o portal g1, mostrou que as mulheres ganham, em média, 20,50% a menos que os homens no Brasil, mesmo considerando trabalhadores que ocupam a mesma posição, têm a mesma idade e o mesmo grau de escolaridade. 

Apesar dos desafios da liderança feminina, é possível observar avanços importantes neste processo. 

Dentre as 250 empresas entrevistadas pela Grant Thornton, por exemplo, apenas 6% afirmaram não manter mulheres em cargos de liderança, registro abaixo da média global, que é de 10%, e abaixo também da média registrada na América Latina (11%).

O total de mulheres em cargos de liderança também é maior no Brasil do que a média da América Latina, que registra um índice de 35%. 

Mesmo com uma pequena queda em relação a 2020, o número atual ainda apresenta um crescimento em relação aos últimos anos: em 2019, apenas 25% dos cargos de liderança eram ocupados por mulheres. 

Quais são os movimentos que promoveram a liderança feminina?

Para que essas conquistas pudessem acontecer, muitos movimentos em prol da igualdade de gênero precisaram acontecer.

Um dos principais marcos nessa luta foi, sem dúvidas, o movimento sufragista, que se popularizou após a Primeira Guerra Mundial e tinha como principal objetivo defender o direito ao voto para as mulheres.

A primeira conquista do movimento aconteceu em 1893, quando o direito ao voto feminino foi finalmente concedido pela primeira vez, na Nova Zelândia.

Vale destacar que a luta sufragista não se limitava ao voto, mas defendia também o direito à educação formal para as mulheres, assim como a oportunidade de seguir a carreira para a qual tinham estudado. 

Por isso, a conquista ao voto teve um papel tão importante para a participação ativa das mulheres na sociedade. 

No Brasil, o direito ao voto só ficou garantido ao público feminino em 1932, com um decreto do então presidente Getúlio Vargas. 

Outro ponto importante foi a conquista do acesso à educação formal, que aconteceu em 1879, quando as mulheres conseguiram o direito de ir à universidade. 

Importância de ter mulheres em altos cargos

As mulheres tendem a apresentar algumas características distintas dos homens e, portanto, uma liderança feminina contribui de maneira diferenciada para a empresa.

Estudos acadêmicos, como o conteúdo “The Gender Similarities Hypothesis”, mostram que a diferença de gêneros em lideranças não existe ou, então, é favorável às mulheres.

Inclusive, o artigo “7 Leadership lessons men can learn from women”,  publicado pela Harvard Business Review, destacou algumas características de liderança que os homens podem aprender com as mulheres.

Para isso, o artigo levou em consideração diversos estudos e análises relacionadas ao desempenho das mulheres como líderes, que vem ganhando destaque nos últimos anos.

Dentre as características, o artigo destaca:

  • propensão a liderar através da inspiração;
  • capacidade de reconhecer suas limitações;
  • contribuição para o desenvolvimento dos colaboradores;
  • habilidade para se conectar com a equipe e trabalhar em conjunto com ela, não de maneira individual.

Sabendo como esses pontos contribuem para o desenvolvimento do time e da organização como um todo, fica claro a importância de contar com mulheres em cargos de liderança.

Além disso, a equidade de gênero reflete na produtividade da empresa. 

Segundo o estudo “Diversity Matters”, da McKinsey, as empresas que têm equipes executivas com igualdade de gênero apresentam 14% mais chances de superar a performance do que a concorrência.

7 principais características da liderança feminina

Para entender melhor a importância da liderança feminina para uma empresa, vamos conhecer um pouco mais sobre as características das mulheres como líderes.

1- Empatia

Dentre as características femininas destacadas no artigo de Harvard que citamos neste conteúdo, a empatia é um dos destaques. 

O artigo reforça a importância de liderar de forma humanizada, exercendo a capacidade de se conectar no nível humano com a equipe, praticando a escuta  para entender suas necessidades e contribuir para o desenvolvimento de cada profissional.

2- Foco em relações interpessoais

Integrado a empatia, vem a capacidade de construir relações interpessoais saudáveis, por meio de ações conscientes e intencionais para contribuir com o desenvolvimento das pessoas.

Com base nessa característica, as lideranças femininas conseguem desenvolver ambientes psicologicamente seguros e, dessa forma, constroem uma relação de confiança com o seu time. 

3- Cooperação

As gestoras tendem a dividir as demandas com a equipe, trabalhando sempre em conjunto com os colaboradores.

Para isso, elas desenvolvem um ambiente seguro para que os profissionais do seu time sintam-se à vontade para compartilhar problemas, ideias e sugestões de melhoria.

4- Integração

Relacionado ao que destaquei no item anterior, a liderança feminina de alta performance promove a integração entre a equipe e entre diferentes setores.

Em geral, as mulheres adotam estilos de liderança focados no auxílio mútuo, priorizando o desenvolvimento de um ambiente de trabalho mais acolhedor.  

5- Harmonia 

A consequência do desenvolvimento de todas as habilidades citadas acima é um ambiente muito mais harmonioso e a transformação da cultura organizacional.

Com um ambiente mais agradável, benefícios como produtividade, motivação e engajamento da equipe podem ser observados. 

6- Flexibilidade

As mulheres são conhecidas pela capacidade de gerenciar diversas demandas ao mesmo tempo, o que contribui para uma maior flexibilidade no dia a dia.

Prova disso é o resultado do estudo “Women Business Owner Spotlight 2018”, que mostrou que as mulheres se adaptam mais facilmente a mudanças tecnológicas. 

7- Liderança inclusiva

As mulheres conhecem bem toda a luta para alcançarem posições de liderança, por isso conseguem desenvolver a inclusão e diversidade nas organizações.

Para isso, elas encorajam a participação dos colaboradores, compartilham informações e trabalham mais próximas ao time. 

Exemplos de liderança feminina

Histórias inspiradoras sempre são um gás extra para enfrentar as dificuldades do mercado, por isso não podemos deixar de falar sobre Oprah Winfrey, grande exemplo de liderança feminina.

Oprah foi a primeira mulher a produzir e dirigir o seu próprio talk show no universo televisivo, pelo qual ela já recebeu diversos prêmios, incluindo um Emmy Awards na categoria de melhor programa de talk show. 

Além dela, podemos citar um registro recente muito especial para a história das mulheres em posições de liderança. 

No início da pandemia de Covid-19, um grupo de mulheres brasileiras foram responsáveis por sequenciar o genoma do vírus em tempo recorde.

Após a confirmação do primeiro caso da doença no país, a biomédica Jaqueline Goes de Jesus, junto a equipe e com auxílio da diretora do Instituto de Medicina Tropical da USP,  Ester Sabino, levaram apenas 48 horas para concluir o resultado. 

Como incentivar a liderança feminina

Para incentivar e desenvolver as mulheres como líderes, treinamentos como os workshops da Thomaz Ribas são grandes aliados. 

Com o Workshop Agility in Leadership & Organizations™, gestoras podem desenvolver uma liderança mais ágil para então transformar as organizações, trazendo inovação e resiliência, além de terem acesso a conhecimentos e ferramentas para moldar a cultura organizacional, garantindo melhores resultados para a organização.

Apesar dos desafios da liderança feminina ainda serem grandes, a caminhada até aqui reúne diversas conquistas históricas e o reconhecimento de habilidades essenciais para promover métodos ágeis nas organizações.

Como vimos neste artigo, as mulheres têm ganhado cada vez mais espaço, tanto no cenário brasileiro como no contexto mundial. E não faltam elogios e exemplos de líderes femininas de alta performance.

Entretanto, ainda é preciso caminhar muito para alcançar a real igualdade de gênero no mercado de trabalho.

Posts Relacionados

Receba insights sobre Business Agility no seu e-mail

Inscreva-se em nossa newsletter e tenha acesso aos principais conteúdos e tendências sobre agilidade para os negócios.

Marque uma conversa com nossa equipe e evolua a agilidade de seus líderes e os resultados do negócio

>