A segurança psicológica é a crença de existe no ambiente de trabalho condições que habilitam e fortalecem a inclusão, o aprendizado, a contribuição das pessoas e a condição de pode desafiar o status quo. Esses são elementos fundamentais para a inovação e para a construção de organizações ágeis.
Mas não é nada fácil desenvolver segurança psicológica nas empresas. Neste artigo vamos mostrar como lideranças e empresas, no geral, podem desenvolver um ambiente de segurança (ao nível psicológico) para as pessoas. Entenda mais sobre o assunto por aqui!
O que é segurança psicológica?
A segurança psicológica, no ambiente de trabalho, funciona como uma cultura em que as pessoas sentem que têm liberdade para expressar ideias, testar inovações, fazer questionamentos, pedir e dar feedbacks.
Tudo isso sem sofrer nenhum tipo de julgamento, retaliação e punição.
Um dos principais princípios da segurança psicológica é que quando as pessoas se sentem seguras para serem elas mesmas no trabalho, abre-se espaço para elas darem o melhor de si.
Porém, isso não é nada fácil. Sermos nós mesmos no trabalho é estressante para muitas pessoas, pois requer se colocar em um estado de vulnerabilidade.
Alguns associam a segurança psicológica a uma forma de trabalho mais próxima à gestão democrática, que conta com a participação de colaboradores para fazer, desde a tomada de decisões até gestão de crise.
Mas, ainda assim, existem muitos líderes democráticos com muita dificuldade de aumentar a segurança psicológica em seu círculo de trabalho.
É para eles que vamos falar por aqui. Daqui a pouco, você vai saber como tornar o ambiente profissional, além das relações, mais seguras para seus colaboradores e para si mesmo.
Qual a importância da segurança psicológica em empresas?
A segurança psicológica tem uma importância enorme para os profissionais e, consequentemente, para as empresas de modo geral.
Isso porque, como vimos, esse tipo de cuidado faz com que as pessoas se sintam à vontade para se expressar. Logo, é possível que as áreas tenham mais soluções, ideias, inovações, criatividade, enfim… Tudo o que agrega valor ao trabalho.
E claro que a consequência disso é a maior produtividade para a empresa, que também ganha com o atingimento de seus objetivos.
Além disso, é importante dizer que nenhum negócio — por mais planejado e cuidadoso que ele seja — está livre de crises e disrupções no mundo atual. A criatividade e o poder dos grandes talentos (profissionais seguros psicologicamente) ajudam a superar os desafios.
Neste sentido, podemos afirmar que não há inovação sem segurança psicológica!
Outro exemplo que evidencia a importância da segurança psicológica é a facilidade das equipes para lidar com mudanças.
Por exemplo, os líderes que já tinham construído uma boa segurança dentro de seus times, certamente, tiveram mais facilidade para se adaptar ao trabalho híbrido ou, ainda, ao 100% remoto.
Lembrando que, a partir da pandemia causada pela Covid-19, essas formas de trabalho ganharam mais força no Brasil e no mundo.
Ou seja, comentamos tudo isso para reforçar que a segurança psicológica nas empresas é importante em qualquer tempo e ocasião.
Quais os 4 estágios da segurança psicológica?
Tão importante quanto saber o que é segurança psicológica no ambiente profissional, é entender quais são os quatro estágios para isso.
Desse modo, fica mais fácil saber de onde partir, ou seja, o que você como líder e, claro, a empresa devem fazer.
Veja a seguir os estágios conforme mapeados por Tim Clark, especialista em segurança psicológica:
Estágio 1: Segurança de inclusão
A segurança de inclusão endereça nossa necessidade de se conectar e pertencer. Aliás, essa é uma necessidade humana básica!
Para isso, a empresa pode uma recepção e integração eficaz de novos funcionários e, além disso, enaltecer a diversidade.
Em ambientes nos quais líderes demonstram superioridade o tempo todo, e as hierarquias dominam, nem mesmo este primeiro estágio de segurança psicológica será atingido.
Neste estágio, as pessoas se sentem seguras para serem elas mesmas, trazendo sua autenticidade para o trabalho.
Estágio 2: Segurança em aprender
Já a segurança em aprender, como o próprio nome diz, significa que os colaboradores sentem que podem se desenvolver dentro da empresa.
Nesse caso, a evolução depende de espaços e ocasiões que ofereçam liberdade para as pessoas: perguntarem, testarem e errarem.
Neste estágio, o que buscamos é satisfazer uma outra necessidade humana básica: aprender e crescer.
Para isso acontecer, é preciso desassociar o medo do erro, e enxergar o erro como parte do aprendizado (algo muito difícil em empresas que ainda não atingiram nem o estágio anterior - inclusão).
Estágio 3: Segurança em contribuir
Quando os profissionais ficam seguros em pertencer e aprender, eles também podem se sentir mais confortáveis para contribuir.
Neste estágio, buscamos endereçar a necessidade humana básica de fazer a diferença e oferecer contribuições significativas.
Na prática, capacitamos as pessoas com autonomia, orientação e incentivo em troca de esforço e resultados. Isso significa abrir espaço para opiniões, ideias, feedbacks, dentre outras contribuições para tarefas, processos e, consequentemente, para ótimos resultados à empresa.
Estágio 4: Segurança em desafiar
No último estágio - segurança em desafiar, a necessidade humana que queremos endereçar é a de poder melhorar o mundo ao seu redor!
Portanto, ao atingir este estágio, observamos um ambiente no qual as pessoas falam quando há uma oportunidade de melhorar, incluindo discordâncias produtivas.
Aqui, encarar os desafios é uma das tarefas de uma liderança eficaz, ágil e catalisadora. E, claro, essa coragem precisa ser passada para os liderados.
A partir disso, as pessoas se sentem mais à vontade para propor novos processos e, até mesmo, ajudar a aprimorar a cultura organizacional.
Tudo sempre com a intenção de melhorar o trabalho e os frutos colhidos ao longo do tempo.
Como avaliar a segurança psicológica da empresa?
Mas, afinal, será que, dentro da empresa onde você trabalha, as pessoas têm segurança psicológica? Os líderes até podem observar de longe o comportamento dos liderados para avaliar isso.
Só que não há nada mais objetivo e claro que perguntar mesmo, às pessoas, se elas se sentem livres para se expressarem.
As perguntas podem ser feitas no dia a dia, em feedbacks semanais ou mensais, enfim. Outra forma de avaliar o nível de segurança psicológica é o RH ou o departamento pessoal elaborar uma pesquisa e passá-la a todas as equipes.
A pesquisa deve perguntar, aos colaboradores, por exemplo:
- você sente que faz parte da empresa, que é bem acolhido diariamente?
- você acredita que tem liberdade para expressar suas opiniões dentro da empresa?
- dia após dia, você consegue fazer perguntas e aprender mais teorias e práticas?
- existe liberdade, dentro da empresa, para você dar ideias e opiniões?
- você consegue sugerir mudanças a ponto de propor novos desafios para o trabalho?
A pesquisa pode deixar que os colaboradores respondam isso de modo livre, ou seja, por meio de respostas abertas, discursivas.
Ou, se for o caso, dá para criar a pesquisa pedindo respostas fechadas, objetivas — por exemplo, para cada funcionário responder: “concordo totalmente”, “concordo em partes”, “discordo”, “discordo totalmente”.
Quais os principais desafios em implementar a segurança psicológica em empresas?
De fato, existem desafios para ter um ambiente profissional mais seguro. Mas, claro, os desafios não podem ser maiores do que a vontade de mudar a comunicação interna.
Por ora, veja quais são os desafios (no próximo tópico, vamos mostrar como implementar a segurança psicológica):
- mudar a cultura organizacional — ter um ambiente de trabalho seguro depende de ajustes na própria cultura da empresa, o que, por sua vez, demanda da ação de todos os profissionais (sem exceção);
- ter lideranças com escuta ativa e empáticas — os líderes são os responsáveis por acolher e entender seus liderados, mas, para isso, é fundamental saber ouvir e ser empático;
- manter a segurança psicológica diariamente — determinados desafios e crises, muitas vezes, podem fazer com que os profissionais se esqueçam de manter um meio profissional seguro (aberto para todos se expressarem);
- não confundir segurança psicológica com outras condições, como nunca ter conflitos profissionais ou ser 100% passivo (“bonzinho” sem se impor com respeito).
4 dicas para implementar a segurança psicológica na sua empresa
Como vimos, a segurança psicológica é extremamente importante, capaz de trazer grandes mudanças positivas para dentro das empresas. Então, é fundamental entender como implementar essa segurança no ambiente profissional.
Confira quatro passos para a verdadeira mudança:
1. Considere a segurança psicológica como uma prioridade
Todo líder deve enxergar a segurança psicológica como uma prioridade. O assunto precisa ser levado a sério.
Separe alguns minutos dos seus dias para entender mais sobre o tema e, principalmente, para definir maneiras de implementar a segurança.
Mais do que isso, explique e espalhe o tema para suas equipes e, também, para outros colaboradores.
2. Escute e incentive os feedbacks de seus colaboradores
A segunda recomendação é: tenha uma escuta atenta constantemente. Você pode incentivar os feedbacks dos colaboradores, aliás, as conversas não precisam ser só em datas e horários marcados.
O ideal é que os profissionais saibam que podem se expressar quando quiserem. Dê espaço para eles opinarem e perguntarem em qualquer tempo.
Muitas vezes, um simples diálogo, em um dia comum, já ajuda muito, mostra que você líder e a empresa estão dispostos a ouvir os funcionários.
3. Organize ações eficientes
Outra ajuda, para tornar o ambiente de trabalho mais seguro para as pessoas se expressarem, é promover determinadas ações, como workshops e palestras.
Em eventos assim, é possível convidar, por exemplo, profissionais especialistas em Comunicação Não-Violenta, além de líderes que já conseguiram implementar a segurança psicológica com sucesso.
Dessa forma, os colaboradores que trabalham com você podem ficar por dentro do assunto. Além disso, claro, saberem como ter uma comunicação mais eficiente.
Observação: no artigo sobre técnicas de feedback, nós falamos bastante sobre Comunicação Não-Violenta. Vale conferir!
4. Incentive a colaboração em grupo
Aqui, a colaboração em grupo significa uma comunicação mais constante entre os membros das equipes.
Lembre que todos podem falar sobre suas opiniões, ideias, além de questionar e desafiar. Em seguida, promova discussões e debates entre os liderados — e, claro, isso de forma segura e respeitosa.
Essa ação pode ser feita, por exemplo, durante reuniões de equipes. O esforço, ao longo do tempo, deixa mais claro que todos têm, sim, segurança para falar, aprender, tentar, errar e crescer.
Como você viu por aqui, a segurança psicológica é um dos pilares para o sucesso dos negócios.
O termo significa que, em um ambiente de trabalho, todos os profissionais têm liberdade para: opinar, dar ideias, testar, errar, aprender, fazer perguntas, implementar inovações, enfim.
Todos os aspectos extremamente importantes para estabelecer um trabalho colaborativo e, claro, que gere grandes resultados. Para isso, é fundamental ter uma liderança ágil, eficaz e resiliente.
Agora, se você percebe que ainda te faltam ferramentas para liderar assim, conheça a Interia Consulting! É possível encontrar e participar de workshops que te vão te levar a uma liderança ágil e catalisadora.