A gestão compartilhada implica em dividir (compartilhar) as decisões e a responsabilidade pelo resultado decisão entre diferentes pessoas ou equipes, rerpesentando uma mudança importante em relação à tradicional centralização do poder unicamente pelo cargo.

As lideranças encontram neste modelo a oportunidade de oferecer um ambiente mais resiliente, produtivo e participativo, contribuindo assim para o desenvolvimento coletivo dos colaboradores e da organização. Como as buscas por essa abordagem de gestão cresceram nos últimos tempos, é comum surgirem dúvidas sobre o assunto.

Por isso, preparamos este artigo para esclarecer tudo sobre esse modelo de gestão. Aproveite a leitura!

O que é gestão compartilhada de empresas?

Diversos fatores têm incentivado as empresas a buscarem novas maneiras de estruturar o trabalho, e é assim que a gestão compartilhada tem ganhado destaque entre elas.

A gestão compartilhada, também conhecida como gestão horizontal, baseia-se na ideia de que todos na empresa devem ter uma opinião sobre como ela é administrada – não apenas os principais executivos.

Esse modelo de gestão tem como objetivo alterar o sistema de hierarquia nas organizações, buscando moldar um ambiente mais colaborativo.

Alguns fatores têm impulsionado a demanda por novas organizações de trabalho, como:

  • novas tecnologias e estruturas organizacionais;
  • busca por ações para atrair e reter talentos na empresa;
  • preocupação com a qualidade de vida e motivação dos colaboradores;
  • profissionais mais jovens, que enxergam os ambientes de trabalho como espaços mais participativos e democráticos. 

No mundo dos negócios de hoje, a gestão horizontal pode ser a chave para o sucesso de uma equipe de alta performance.

O que é gestão vertical?

Gestão vertical é uma formato em que as tarefas são divididas entre os níveis hierárquicos de uma organização, conferindo maior “poder” a quem está no topo dessa hierarquia.

Esse modelo de gestão é considerado mais tradicional, especialmente pelo tempo que vem sendo aplicada em diversos tipos de negócio.

A gestão vertical pode ser vista como um método "top-down", ou de cima para baixo, na tradução para o português. 

Em uma estrutura de gerenciamento vertical, os líderes tomam todas as decisões e as comunicam aos colaboradores depois, sem que eles tenham, necessariamente, algum tipo de participação no processo.

Apesar de ser considerada mais tradicional, diversas organizações já estão optando por uma abordagem mais horizontal, envolvendo todos os níveis da hierarquia em funções de tomada de decisão. 

É a gestão compartilhada ganhando espaço no mercado. 

Benefícios da gestão compartilhada

Nas últimas décadas, a maioria das empresas vem sendo gerenciadas em uma hierarquia de cima para baixo, com um pequeno grupo de pessoas tomando todas as decisões. 

Contudo, essa abordagem não é mais tão eficaz quanto antes. Hoje, as empresas estão mais complexas e interconectadas do que nunca, e precisam ser capazes de responder rapidamente às mudanças no mercado. 

É aí que entra o gerenciamento compartilhado, cada vez mais aplicado por lideranças ágeis, como Agile Coach ou os próprios líderes de alta performance.

O modelo de gestão tem muitos benefícios, incluindo melhor tomada de decisão, maior criatividade e melhor comunicação. 

Além desses pontos, listamos outras vantagens que a gestão horizontal traz para as empresas. Confira a seguir.

Maior autonomia

No geral, a gestão compartilhada proporciona maior autonomia para os colaboradores, inclusive impulsionando um auto gerenciamento mais eficiente. 

A partir disso, o modelo promove um maior senso de responsabilidade e participação por parte de todos os envolvidos. 

Tudo isso reflete em uma maior eficiência na tomada de decisões e no fortalecimento de uma cultura organizacional com métodos mais ágeis de trabalho. 

Mais dinamismo

Quando não há divisórias e as decisões não ficam centralizadas em um pequeno grupo de pessoas, o local de trabalho torna-se mais dinâmico e mais ágil.

Toda a equipe pode trabalhar em conjunto, sem precisar aguardar ordens ou aprovação dos superiores: tudo é decidido de forma coletiva. 

Por isso, o dinamismo se faz presente nas organizações que adotam o método de gestão compartilhada. 

Mais interação entre as equipes e áreas

Com uma interação maior entre os colaboradores e a liderança, assim como entre as diferentes áreas da empresa, os processos tendem a fluir melhor, mantendo-se mais alinhados.

Todos participam das diferentes etapas, por isso tem um conhecimento maior sobre as metas e atividades realizadas na organização. 

Isso permite que a equipe identifique oportunidades de melhoria e co-crie soluções efetivas para os problemas, com agilidade e assertividade. 

Pluralidade de ideias e soluções

Quando se tem um maior número de pessoas participando da tomada de decisões, tem-se também uma pluralidade de ideias e soluções.

Dessa forma, é possível aproveitar a inteligência coletiva, resolvendo situações com mais facilidade, agilizando processos e aumentando a produtividade da equipe. 

Isso porque profissionais de diferentes perfis têm a liberdade para compartilhar seu conhecimento e suas experiências, co-criando objetivos e melhorias para o time.

Profissionais versáteis

Com maior autonomia e divisão das tarefas de maneira igualitária, todos ficam disponíveis para trabalhar novas ideias e até mesmo desenvolver novos projetos.

Por isso, os profissionais também conseguem aproveitar melhor sua capacidade criativa e tornam-se mais versáteis, uma vez que entendem melhor diferentes tarefas da empresa. 

Neste modelo de gestão, a criatividade ainda é estimulada pela troca de ideias com outros colaboradores, o que permite um crescimento coletivo da equipe. 

Processos menos burocráticos

Em estruturas de gerenciamento vertical, as entregas e as decisões precisam passar pela aprovação de diversas pessoas na cadeia hierárquica. 

Ao simplificar a tomada de decisões, a gestão compartilhada também reduz etapas e burocracias nos processos diários da empresa.

Essa etapa burocrática costuma tomar grande parte do tempo dos colaboradores, por isso simplificá-la faz muita diferença na produtividade e, inclusive, na motivação da equipe, uma vez que evita a sobrecarga de um ou mais profissionais.

Além de evitar a sobrecarga, essa redução na burocracia também traz mais agilidade no desenvolvimento de tarefas do dia a dia e até mesmo de projetos maiores. 

Equipe mais envolvida

A gestão compartilhada é uma ótima maneira de promover a criatividade e a colaboração no ambiente de trabalho, além de garantir que todos se sintam parte da equipe. 

Como todos têm participação no negócio, isso reflete também na motivação dos funcionários, melhorando o desempenho do time, que co-cria soluções e se desenvolve de forma coletiva.

O engajamento dos colaboradores é fundamental, mas ainda representa um grande desafio para as lideranças. 

Segundo o relatório State of the Global Workplace: 2022 Report, realizado pela Gallup, apenas 21% dos profissionais afirmaram estar engajados no trabalho.

Por isso, proporcionar ambientes colaborativos têm resultados cada vez mais positivos.

Modelos de gestão compartilhada

Existem diferentes modelos de gestão compartilhada e vamos apresentá-los a você, mas antes é importante destacar que você não precisa implementar o método da noite para o dia.

Você pode estruturar uma gestão horizontal e implementá-la de forma gradual, trazendo primeiro uma liderança de alta performance para auxiliar no processo, transformando a cultura vertical em uma cultura participativa.

Com isso em mente, vamos conhecer os principais exemplos de gestão compartilhada. 

Sociocracia

A sociocracia é um sistema organizacional que considera as opiniões de todos os integrantes do time para tomar uma decisão. 

Para isso, são desenvolvidos princípios e padrões que servem como base na transformação da cultura organizacional, trazendo métodos mais dinâmicos e ágeis de trabalho para a realidade da empresa.

Além de transformar, esse método também auxilia as organizações a aproveitarem o que há de melhor na estrutura atual, assim como desenvolver os talentos que já fazem parte da equipe. 

Para conseguir chegar a esses resultados, a sociocracia:

  • aproveita a inteligência coletiva;
  • fomenta a autonomia e a autorresponsabilidade;
  • facilita a tomada de decisões e o desenvolvimento conjunto de estratégias;
  • estimula o envolvimento de todos nos processos, aumentando o engajamento do time.

Holacracia

A holacracia é um modelo de gestão que aposta em uma hierarquia de círculos para distribuir o poder sobre as decisões importantes.

Neste tipo de gestão compartilhada, o poder não é conferido a uma pessoa ou a um grupo específico, mas sim aos círculos e aos papéis.

Vale destacar que, na holacracia, as decisões consideram, prioritariamente, os objetivos da organização e não as necessidades dos colaboradores.

Aqui, o andamento dos processos, da análise de métricas e de outras atividades rotineiras de um círculo é compartilhado com outros círculos em reuniões frequentes. 

Dessa forma, todos sabem o que está acontecendo e tem uma participação nos processos.

Management 3.0

No modelo Management 3.0, criado por Jurgen Appelo, a hierarquia inflexível e a tomada de decisões centralizada, comum na gestão vertical, é substituída por uma gestão coletiva.

Com o Management 3.0, o papel dos gestores passa a ser de facilitador e gestor do sistema ao invés de simplesmente gestor de pessoas e recursos, que busca melhorar cada vez mais a cultura organizacional, co-criando transformações com a equipe.

Os colaboradores e os próprios líderes passam a gerenciar sistemas, e não pessoas. 

Apesar da liderança existir nesse cenário, o gerenciamento é coletivo e o grande foco do líder não é controlar, mas sim incentivar a interação e criar um ambiente engajado. 

Conclusão

Como vimos neste conteúdo, a gestão compartilhada é uma abordagem mais colaborativa, que depende da contribuição de todos os membros da equipe para funcionar.

O modelo traz inúmeros benefícios para as organizações, como diminuição de burocracias, ambiente de trabalho mais dinâmico e um time muito mais envolvido com os projetos.

Tudo isso contribui para uma cultura organizacional de sucesso, além de permitir o desenvolvimento de uma equipe de alta performance.

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