A liderança autocrática (ou autoritária) é um estilo de liderança cuja principal característica é o controle individual do líder sobre as decisões, na maioria das vezes sem a contribuição dos membros da equipe.
Existem diferentes tipos de exercer liderança. E, antes mesmo de começar a praticar o seu trabalho com suas respectivas equipes, é importante mergulhar nesse assunto. Ou seja, tomar conhecimento sobre os tipos de liderança e, com isso, descobrir qual se encaixa melhor nas necessidades da empresa.
“Autocrático” é um termo muito comum não só no ambiente corporativo. Mas, a palavra, primeiramente, remete aos modos de governar e ser governado em sociedades.
No dicionário Aurélio, encontramos a seguinte definição para o termo “autocrático”: relativo à autocracia, ao poder absoluto e inquestionável: governo autocrático. Próprio do autoritarismo, do poder déspota, inflexível; tirânico.
Só com essa breve descrição, já dá para notar que estamos falando de uma liderança rígida. Mas, será que trabalhar assim, de fato, traz benefícios? Já, já vamos descobrir isso.
Então, a liderança autocrática é um tipo de estilo de liderança centralizada, ou seja, em que uma pessoa tem controle total sobre todas as tomadas de decisão. É esse líder quem dá a palavra final.
Além disso, ele controla todos os processos, tarefas e delega como bem achar plausível (sem consultar ou pedir o feedback de outros colaboradores) e, também, espera total obediência de seus seguidores.
Em resumo:
A liderança autocrática é um estilo de gestão onde o líder possui total controle sobre as decisões e processos dentro de uma organização. Neste modelo, o poder e a autoridade são centralizados, com pouca participação ou contribuição dos colaboradores nas decisões estratégicas ou operacionais.
Quais as características da liderança autocrática?
1. Líderes são os tomadores de decisões
Como dissemos, na liderança autocrática, o líder é o tomador de decisões. Então, nessa forma de trabalhar, os liderados não vão ver e participar — por exemplo — de reuniões para criar as etapas de um projeto. Os processos e demandas, apenas, são impostos; e as equipes precisam cumpri-los.
2. Planejamento estruturado
A liderança autocrática também precisa de um planejamento estruturado. Afinal, o líder deve acompanhar as tarefas e processos de perto. Para fazer esse planejamento estruturado, é preciso analisar quais são os objetivos e metas da empresa.
O próximo passo é criar caminhos para chegar justamente aos objetivos e metas. Lembrando que todos os processos e tarefas são definidos pelo líder (sem consultar outros colaboradores).
3. Ações e projetos altamente controlados
Todo o planejamento autocrático deve ser seguido minuciosamente. Para isso, o líder acompanha de perto ações e projetos. E é claro que, para ter um pulso firme, é essencial ter o controle de tudo a todo tempo.
4. Equipe sem autonomia
A autonomia dos colaboradores é bastante limitada em um contexto de liderança autocrática. As decisões são reservadas aos líderes, deixando a equipe com papel meramente executório. Isso pode ser eficaz em cenários de operações críticas, mas pode levar à frustração e desmotivação dos colaboradores.
5. Limita os colaboradores a uma participação apenas operacional
Os colaboradores, sob liderança autocrática, geralmente têm um papel limitado a tarefas operacionais, sem envolvimento em decisões estratégicas. Isso ignora o potencial inovador dos funcionários e pode resultar na perda de oportunidades valiosas de melhoria e inovação que poderiam surgir de uma maior participação da equipe.
6. Estrutura verticalizada de trabalho
A estrutura de trabalho em organizações autocráticas é fortemente verticalizada. A hierarquia é clara e o fluxo de comunicação e decisão é predominantemente de cima para baixo. Embora essa configuração possa trazer clareza e eficiência em algumas situações, ela também pode criar barreiras à comunicação aberta e à colaboração, fundamentais em ambientes dinâmicos.
7. Inflexibilidade dos processos de trabalho
A inflexibilidade é uma característica marcante da liderança autocrática, com processos de trabalho estritamente definidos que deixam pouco espaço para adaptação ou inovação. Isso pode ser uma vantagem em indústrias onde a precisão é crucial, mas também pode impedir que a organização se adapte rapidamente a mudanças no ambiente de negócios.
8. Cobrança excessiva para atingir as metas
Líderes autocráticos frequentemente exercem forte pressão para alcançar metas, enfatizando o cumprimento de objetivos e prazos. Essa abordagem pode resultar em alta produtividade a curto prazo, mas também pode contribuir para o esgotamento dos colaboradores e aumento do turnover devido ao estresse excessivo.
9. Limitação da comunicação
A comunicação em um ambiente autocrático tende a ser restrita e unidirecional. Isso dificulta o fluxo de ideias e feedback entre diferentes níveis da organização, potencialmente limitando a inovação e a resolução eficaz de problemas.
Quais são as vantagens da liderança autocrática?
Apesar de suas limitações, a liderança autocrática apresenta vantagens notáveis, especialmente em certos contextos onde a precisão e a centralização são essenciais.
Menos burocracia
Com a centralização do poder, a liderança autocrática pode reduzir a burocracia dentro da organização. As decisões são tomadas rapidamente, sem passar por longos processos de aprovação, permitindo uma execução mais ágil e eficiente.
Maior centralização e produtividade
A concentração de poder nas mãos dos líderes pode aumentar a produtividade, pois as direções são claras e as expectativas são bem definidas. Isso se mostra particularmente eficaz em situações onde o tempo é um recurso crítico e onde a incerteza deve ser minimizada.
Mais estabilidade organizacional
Em tempos de crise ou em operações que exigem rigidez e consistência, a liderança autocrática oferece estabilidade organizacional. Ao seguir diretrizes claras, a organização pode manter seu funcionamento contínuo e eficaz, mesmo sob pressão.
Quais são as desvantagens da liderança autocrática?
Embora possa ser eficaz em determinados cenários, a liderança autocrática também tem desvantagens significativas que podem afetar negativamente o ambiente de trabalho.
Ambiente menos inovador
Com a centralização do poder e a falta de autonomia dos colaboradores, o ambiente sob liderança autocrática tende a ser menos inovador. O potencial criativo dos colaboradores é subutilizado, o que pode resultar em uma falta de novas ideias e soluções.
Colaboradores desmotivados
A ausência de envolvimento dos colaboradores nas decisões e a alta pressão para alcançar metas podem levar à desmotivação. Isso resulta em baixa moral e possivelmente em alta rotatividade, afetando a eficácia e coesão da equipe.
Exemplos práticos do estilo de liderança servidora
Apesar de o foco aqui ser na liderança autocrática, é útil contrastar com exemplos de liderança servidora para ilustrar como diferentes estilos podem ter impactos variados:
Starbucks:
Schultz implementou práticas que priorizavam o bem-estar dos funcionários, como benefícios extensivos, o que ajudou na criação de um ambiente de trabalho inclusivo e inovador.
Southwest Airlines:
Conhecido por sua abordagem colaborativa e a promoção de um trabalho em equipe amigável, Kelleher demonstrou como a liderança servidora pode levar a um serviço ao cliente excepcional e à satisfação dos colaboradores.
Mahatma Gandhi:
Embora não em um contexto corporativo, Gandhi exemplificou liderança servidora ao liderar com foco na inclusão e no serviço à comunidade, inspirando mudanças sociais através de ações pacíficas.
Como saber se a liderança autocrática faz sentido para sua organização?
Apesar de ser uma forma rígida e não colaborativa, a liderança autocrática é eficiente para muitas ocasiões e contextos. Esse tipo de liderança pode ser eficaz em situações em que decisões rápidas precisam ser tomadas, como durante uma crise. Exemplos:
- Necessidade de controle rígido: Este estilo pode ser adequado se a sua organização opera em um setor onde conformidade e precisão são cruciais, como manufatura pesada ou segurança.
- Cenários de crise: A liderança autocrática pode ser eficaz em tempos de crise, onde decisões rápidas e firmes são necessárias para estabilizar a organização.
- Equipes menos experientes: Quando se trabalha com equipes novas ou que necessitam de orientação estrita, a liderança autocrática pode ajudar a manter o foco e a produtividade.